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Vaiado no pavilhão: Os sinais que o presidente deve tomar nota - Nuno Álvaro Dala

Luanda - Ontem, domingo, 24 de Agosto, o Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, foi várias vezes vaiado pelo público presente no Pavilhão do Kilamba, onde teve lugar o jogo final entre Angola e Mali, vencido pela nossa selecção que, assim, alcançou o 12º título.  As fortes e barulhentas vaias do público foram de tal forma constrangedoras que a organização do Afrobasket teve de aumentar o volume do sistema de som do Pavilhão, na tentativa de abafar as vaias. Em vão.

Fonte: Club-k.net

As vaias têm um grande significado político. Com as vaias o público demonstrou e evidenciou profundo e indisfarçável desencanto pela figura do Presidente da República e que, ao contrário do berreiro propagandístico do MPLA, o Povo não está com o Presidente da República.


Há que questionar: o Presidente tomou boa nota das vaias de que foi alvo ontem?


O desencanto e a atitude de rejeição popular da figura do Presidente da República é um estado que começou a configurar-se na segunda metade do mandato de João Lourenço (2020-2022) e, actualmente, atingiu níveis inauditos, com as vaias de ontem a demonstrarem que os cidadãos estão fartos do Presidente da República, a quem prometeram que ‘iria gostar’ nas eleições de 24 de Agosto de 2022, o que, de facto aconteceu: João Lourenço gostou. A CNE e o Tribunal Constitucional é que lhe atribuíram falsamente uma vitória eleitoral. Angola, tal como Moçambique, está numa situação intrigante: há um Presidente eleito e há e um Presidente imposto.


O segundo mandato de João Lourenço, muito pior do que o primeiro, tem sido tortuoso – uma sucessão de desastres que se traduzem nas quase apocalípticas condições sociais, em que a fome desponta.


Foi a fome, aliás, que esteve no cerne dos eventos de 28, 29 e 30 de Julho. Efectivamente, aqueles acontecimentos evidenciaram o estado de tragédia social que afecta milhões de famílias angolanas, tanto em Luanda como nas demais 20 províncias.

O Presidente da República, pela sua postura draconiana face aos acontecimentos, não terá tomado boa nota – não tirou lições sobre o que o Povo pensa e sente a respeito do estado do País e da sua governação.

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