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PR manifesta solidariedade à jornalista Hariana Verás

Luanda - As autoridades angolanas expressaram apoio à jornalista Hariana Salete Domingos da Silva Verás Victória, após a suspensão do seu “hard pass” — credencial que garante acesso irrestrito à Casa Branca — na sequência de alegações de que estaria a utilizar o espaço para promover relações públicas em favor do governo de Angola.


Autoridades garantem que ela não tem vínculo com o governo

A suspensão ocorreu após uma reavaliação por parte das autoridades norte-americanas, que identificaram possíveis conflitos de interesse no exercício da sua atividade jornalística, especialmente após descobrirem que Hariana havia trabalhado anteriormente como funcionária da embaixada angolana em Washington. Como resultado, ela ficou dois meses sem acesso à Sala Oval.


Perante a situação, Hariana deslocou-se recentemente a Luanda, onde manteve contactos com entidades oficiais, solicitando à Presidência da República uma carta de referência que comprovasse não possuir qualquer vínculo contratual com o Governo angolano.Sensibilizado pelo caso, o Presidente João Lourenço manifestou solidariedade à jornalista e orientou a elaboração do documento, com o objetivo de facilitar a revalidação da sua credencial junto às autoridades norte-americanas.

 

Residente em Washington há cerca de 18 anos, Hariana iniciou a sua trajetória profissional como assistente de imprensa na embaixada de Angola, contratada localmente pela então embaixadora Josefina Pitra Diakite. Posteriormente, atuou como correspondente em regime parcial para a TV Zimbo, durante a gestão de Francisco Mendes como presidente do conselho de administração. Com a transferência de Mendes para a TPA, Hariana foi integrada à equipe da televisão pública como correspondente oficial em Washington.

A sua equipa na capital americana é composta pelo seu esposo, Mário Victória, que também trabalhou como motorista na embaixada, e pela sua irmã mais nova, Nurite Veras Pierce, antiga rececionista da mesma missão diplomática. Com esta equipa, Hariana obteve o "Hard Pass" em março de 2021, tornando-se a única jornalista africana com acesso direto à Casa Branca, ao Senado e ao Pentágono. Com o aval da Presidência angolana, foi montado um estúdio em Washington, cuja manutenção passou a custar cerca de 18 mil dólares mensais à TPA.


Com essa credencial, Hariana tornou-se a única jornalista africana com acesso direto à Casa Branca, ao Senado e ao Pentágono. No entanto, nos últimos meses, o seu comportamento começou a gerar desconfiança entre autoridades norte-americanas. Durante conferências de imprensa, foi observada formulando perguntas que levavam os presidentes dos EUA a elogiar o governo angolano, em especial o Presidente João Lourenço.


As suspeitas das autoridades norte-americanas intensificaram-se devido à natureza das perguntas que Hariana Veras formulava em conferências de imprensa. Estas questões, que pareciam induzir os presidentes dos EUA a elogiar o governo e o Presidente João Lourenço, culminaram num incidente a 28 de junho de 2025. Durante um evento em que Donald Trump mediava um pré-acordo entre a RDC e o Ruanda, a jornalista perguntou a Trump se este convidaria o Presidente João Lourenço para a cerimónia de assinatura do acordo de paz, o que levou o então presidente a manifestar interesse.


Este não foi o primeiro incidente envolvendo a jornalista. Em 2017, durante uma visita de João Lourenço ao Pentágono, Hariana Veras, na altura correspondente da TV Zimbo, teria entrado numa área restrita para fazer entrevistas. Interpelada, ela alegou ser funcionária da embaixada, o que resultou numa nota de protesto do Pentágono dirigida à Embaixada de Angola.

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