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O Cativeiro dos Colaboradores da Movicel

O ano de 2024 se revelou um dos mais difíceis para os colaboradores da Movicel, marcado pela perda de colegas devido a problemas de saúde, muitas vezes motivados pela falta de recursos para cuidados médicos. Lares foram desfeitos, e a angustiante realidade financeira tornou-se insuportável. Em um cenário já sombrio, os salários de janeiro só foram pagos em agosto, enquanto os de fevereiro foram depositados apenas em 26 de dezembro.

 

A tristeza e a indignação permeiam o ambiente de trabalho. Como é possível manter a empatia em meio a tanta adversidade? Os colaboradores, mesmo sem remuneração, continuam a se apresentar diariamente, lutando pela sobrevivência.

 

No dia 21 de dezembro de 2024, um grupo de colaboradores se reuniu com o conselho executivo da empresa, que prometeu apresentar, em janeiro de 2025, um plano para amortizar as dívidas. No entanto, até agora, nada foi concretizado. Em fevereiro de 2025, a situação se agravou com a entrega de cartas de suspensão temporária de contrato para cerca de 70% dos funcionários, que já enfrentavam uma dívida de 10 meses de salários, além do décimo terceiro e do subsídio de férias pendentes.

Hoje, dia 4 de novembro de 2025, os colaboradores ainda não receberam os salários de setembro e outubro. A situação se torna ainda mais absurda: se alguém tira férias, a empresa desconta, mesmo sem que os funcionários tenham recebido qualquer subsidio.

 

Se considerarmos os décimos terceiros e os subsídios de férias, estamos falando de 14 a 16 meses sem remuneração. Apesar de já terem ocorrido duas visitas de potenciais compradores, não há informações claras sobre o futuro da empresa.

 

Os colaboradores da Movicel sentem que estão morrendo, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Embora a contribuição ao sindicato seja descontada mensalmente, a falta de representação efetiva torna a situação ainda mais desesperadora. Trata-se de uma empresa de telecomunicações com licença para operar redes móveis e uma infraestrutura robusta.

 

A pergunta que paira no ar é: por que a empresa não é colocada à venda na BODIVA? 

 

Os colaboradores pedem, com urgência, que suas vozes sejam ouvidas. Cansados e sem perspectivas, eles clamam por soluções. Afinal, também têm famílias para alimentar.

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