Destaques:

O Catilina da Shein e a conspiração contra a República- Tito Cambanje

1. No ano 63 antes de Cristo o imortal Cícero, tendo descoberto a conjura de Catilina contra a República de Roma, profere no Senado uma série de quatro discursos acusatórios que ficariam conhecidos como “As Catilinárias”. 

2. Na Primeira Catilinária Cícero inicia da maneira mais clara e incisiva possível: “Até quando enfim, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Até quando a tua loucura vai continuar a rir-se de nós? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio?

3. Muitos séculos volvidos, também numa República, e sem que o personagem se equipare ao nível, perverso, mas qualitativo de Catilina, surge um exemplo de Catilina, importado via Shein, que abusa da nossa paciência e que continua a rir-se de nós: o “líder” da Unita. 

4. Ao habitual discurso panfletário, o personagem   acrescenta agora o tropeço regular na mentira e no engodo.  

5. Num espetáculo patrocinado pelo “jornalismo independente”, o Catilina da Shein apresenta um “Plano” com tanto de propaganda que não merece ser levado a sério. 

6. O Power Point é ideologicamente confuso – aqui, na verdade, para ser coerente com o Partido que “dirige” – e factualmente descontextualizado. 

7. A carta de intenções apresentada ignora contextos (pandemias, guerras e volatilidade do preço do petróleo), manipula números e vende sonhos. 

8. Não fosse já de péssimo gosto o panfleto económico, Catilina da Shein, não satisfeito, inicia uma conjura contra a República e o Continente. 

9. Ficciona reuniões sobre alterações constitucionais e adultera deploravelmente as regras da União Africana no afã de obter ganhos políticos e aplausos.  

10. Mas se não quisermos agir como o personagem e sermos verdadeiros deveremos admitir que ele está a ser coerente consigo próprio uma vez que ao longo do seu anódino percurso político sempre preferiu a fantasia como arma de combate político. 

11. O libelo é longo, mas adianta relembrar – primeiramente a ele próprio – dois absurdos episódios.  

12. Nas eleições de 2017, após anúncio de que nos resultados provisórios o MPLA tinha ganho as eleições por maioria qualificada, o personagem aparece andrajoso em frente as câmaras e anuncia, urbi et orbi, que haveria uma suposta contagem paralela em que a UNITA era a vencedora das eleições. 8 anos depois cremos ser ele o único que acredita não na vitória, mas nessa fantasiosa contagem fantasma. 

13. Nas eleições de 2022, já ciente da incapacidade de mobilização e da improvável subida ao Palácio inventa, para gáudio da sua turba, que supostos membros do que ele qualifica como Regime, o tinham procurado para negociar uma transição pacífica. Na altura a resposta valeu-lhe a qualificação de lunático, o tempo vem confirmar o adjectivo. Conduta típica de um mentiroso compulsivo e narcisista.

14. Não lhe podendo moldar o carácter nem refrear as tentações pelo orgiástico delírio dos likes, fica, no entanto, o conselho:  desacreditar o País e o Continente em prol de ganhos políticos é Matricídio, pois a Pátria é a nossa Mãe. 

15. Confundir legítimo direito de oposição democrática com exercício de conjura contra a República e os seus representantes já não é política, é conspiração. 

16. Errar é humano, mas quando erras deliberadamente muitas vezes levas-nos a acreditar que errar é a tua natureza e os acertos são um acaso. 

17. Estivessem as leituras do homenzinho em dia e lembrar-lhe-íamos da famosa passagem dos Irmãos Karamazov, de Dostoievski, eternizadas por Hanah Arendt no célebre escrito “Verdade e Política”: “Não mintas, mas ACIMA DE TUDO, NÃO MINTAS A TI PRÓPRIO”.

 

Tito Cambanje, Advogado, Docente Universitário e Político 

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