Um grupo de 117 médicos angolanos enviados a Portugal para formação no âmbito do projeto "Recursos Humanos para Cobertura Universal de Saúde" enfrenta sérias dificuldades financeiras. Apesar do compromisso do governo angolano de oferecer suporte, os profissionais não receberam os subsídios prometidos para suas despesas durante os três primeiros meses de permanência.
De acordo com o despacho 348, assinado pela Ministra da Saúde, Dra. Silvia Lutucuta, a iniciativa visa formar 38 mil médicos em diversas especialidades até 2028. Em abril de 2024, durante a XIII edição do Café da CIPRA em Luanda, a ministra e o gestor técnico do projeto, Dr. Job Monteiro Jama António, anunciaram a liberação de 200 milhões de dólares em financiamento pelo Banco Mundial para capacitação médica no exterior.
No entanto, conforme relatado por uma médica angolana em um áudio que circulou nas redes sociais, os bolsistas estão passando por dificuldades extremas, dependendo da generosidade de organizações religiosas e das refeições oferecidas em centros de saúde onde realizam estágios. A situação se agravou quando a Unidade Implementadora do Projeto (UIP) informou que o dinheiro disponível era insuficiente para atender a todos os médicos, sugerindo que os casos mais críticos seriam priorizados.
Após uma denúncia pública feita em um canal do YouTube e Facebook, a UIP convocou uma nova reunião com os responsáveis pelos subgrupos dos médicos via Zoom. Durante a reunião, foi prometido que todos os subsídios seriam pagos, mas a desconfiança permanece entre os beneficiários, que esperam que as promessas sejam cumpridas.
A situação dos médicos angolanos em Portugal levanta questões sobre a gestão dos recursos destinados à formação e à saúde no país, destacando a necessidade de uma maior transparência e comprometimento por parte das autoridades.
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