O Governo pretende desembolsar 45,2 mil milhões de kwanzas, cerca de 49 milhões de dólares norte-americanos, para a operação e manutenção dos serviços da Presidência da República no próximo exercício económico, de acordo com a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2026.
As contas revelam uma disparidade expressiva: o montante destinado ao funcionamento do órgão liderado por João Lourenço é 18 vezes superior aos 2,4 mil milhões de kwanzas (2,6 milhões USD) previstos para as despesas com a requalificação dos hospitais municipais, centros e postos de saúde existentes em todo o território nacional.
A diferença entre as verbas atribuídas à Presidência da República e ao Ministério da Saúde (MINSA) não é inédita, repetindo-se a tendência já observada no orçamento em vigor. Em 2025, por exemplo, o Executivo inscreveu 21,3 mil milhões de kwanzas (23,1 milhões USD) para a “operação e manutenção geral dos serviços da Presidência da República”, contra apenas 2,7 mil milhões de kwanzas (3 milhões USD) para o programa de “requalificação de hospitais municipais, centros de saúde e postos de saúde”.
O diferencial entre ambos os programas ascende, assim, a 18,5 mil milhões de kwanzas (20,1 milhões USD), com a verba da Presidência quase oito vezes superior ao total previsto para a rede primária de saúde do país.
Apesar de o Chefe de Estado ter destacado, no discursosobre o Estado da Nação, a entrada em funcionamento dos hospitais municipais de Bula Atumba, Ecunha e Caluquembe, e anunciado para breve a inauguração do hospital municipal do Porto Amboim, os cálculos do Polígrafo África, com base na proposta do OGE 2026, mostram uma realidade diferente. Globalmente, o Executivo reduziu em 11,8% as verbas para a requalificação das infra-estruturas hospitalares de nível 1, enquanto aumentou em mais de 100% o montante destinado à manutenção da Presidência da República.
A proposta do Orçamento Geral do Estado para 2026 fixa receitas e despesas totais de 33 biliões de kwanzas (cerca de 36 mil milhões de dólares), o que representa uma redução de quase 5% em relação aos 34,6 biliões de kwanzas definidos no orçamento actualmente em vigor.
Polígrafo África
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