Luanda – Pela segunda vez em menos de um mês, o Presidente da República, João Lourenço, foi alvo de vaias em público. Após o incidente a 9 de agosto, quando participava na 5.ª edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola, no Estádio da Ombaka, em Benguela, a situação repetiu-se no passado domingo, dia 24, no Pavilhão Multiusos do Kilamba. O momento, que deveria ser de celebração do 12.º título continental da seleção angolana de basquetebol, foi ofuscado por manifestações de desagrado de uma parte do público presente.
Fonte: Club-k.net
O episódio gerou reações de analistas políticos e figuras públicas. Para o jornalista veterano Graça Campos, as vaias são um claro sinal de que “a relação do PR com os cidadãos já conheceu melhores dias. Dias que já não regressam”. Na sua análise, o jornalista sublinha o distanciamento entre a figura presidencial e a população.
O deputado da UNITA, Nuno Álvaro Dala, afirmou que as vaias têm um "grande significado político", evidenciando um "profundo e indisfarçável desencanto" com a figura do Presidente da República. O parlamentar contesta a propaganda do MPLA e reforça que a manifestação do público contraria a ideia de que o povo está com o Presidente.
Apesar do incidente, o basquetebol angolano viveu uma noite de glória. Liderada por Childe Dundão e Selton Miguel, a seleção nacional dominou o jogo contra o Mali, conquistando o título africano e quebrando um jejum de 12 anos.
A vitória foi celebrada por figuras históricas do desporto angolano. Ícones como Jean Jacques da Conceição e Palmira Barbosa manifestaram apoio total à seleção, com Palmira a lamentar o episódio das vaias, defendendo que “o desporto deve unir, não dividir”. O treinador da seleção, Pep Claros, optou por focar-se no feito histórico, afirmando que “o resto não nos distrai.”
O Presidente João Lourenço, por sua vez, publicou uma nota oficial a felicitar a equipa, destacando o papel do desporto na projeção internacional de Angola e na inspiração da juventude.
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