Washington D.C. - A estudante angolana Maria Ganga fez história ao ser eleita Melhor Oradora Geral da 30ª edição do Interamerican Human Rights Moot Court Competition (IAMOOT), realizada nos Estados Unidos. É a primeira vez que uma jurista africana conquista o prémio máximo individual da competição, organizada pela American University Washington College of Law, em Washington D.C.
Fonte: Club-k.net
A proeza foi alcançada por uma equipa da Universidade Metodista de Angola (UMA), preparada pela Cazos Sociedade de Advogados, que também foi distinguida como Melhor Equipa Novata, entre mais de 200 universidades participantes.
“Não estamos apenas a ganhar um prémio – estamos a questionar quem tem o direito de falar com autoridade sobre direitos humanos”, afirmou Cipriano Cazo, fundador da Cazos, em declarações ao Club-K.
A equipa angolana competiu com universidades de todo o mundo, muitas delas apoiadas por instituições com orçamentos milionários. A Cazos financiou integralmente a preparação e deslocação dos estudantes, através do seu programa Cazos Global Leaders, sem recorrer a fundos externos.
Além dos estudantes universitários, o processo de preparação incluiu advogados estagiários do escritório, numa abordagem prática e integrada sobre o tema do tráfico de pessoas – foco da edição deste ano da competição.
A distinção inédita é vista como uma conquista não apenas académica, mas política e simbólica, ao inserir Angola no mapa das grandes referências jurídicas internacionais.
“Estamos a demonstrar que o conhecimento jurídico pode ser produzido e liderado por africanos, e não apenas consumido”, reforçou Cipriano Cazo.
Nos bastidores do evento, fontes ouvidas pelo Club-K relataram que a vitória angolana causou surpresa – e até desconforto – entre representantes de instituições tradicionais, revelando persistentes preconceitos sobre a capacidade jurídica africana.
A Cazos já desenvolve em Angola o projeto “Dignidade e Justiça: O Combate ao Tráfico de Pessoas”, reforçando a legitimidade da sua atuação em temas de direitos humanos.
A conquista da UMA e de Maria Ganga marca um passo importante na luta pela soberania intelectual africana e no reconhecimento da capacidade de produção de conhecimento jurídico no continente.
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