Emprego: Promessa ou Humilhação?”, uma pergunta que qualquer um dos jovens que se deslocou à Zona Económica Especial (ZEE).
Mais de oito mil jovens acorreram na quarta-feira, 18 de maio, à Feira de Emprego realizada na Zona Económica Especial (ZEE), no município de Calumbo, em Icolo e Bengo, com a esperança de conseguir o primeiro emprego. No entanto, a grande afluência contrastou com o número limitado de apenas 3.500 vagas, disponibilizadas pelo consórcio de empresas Apoia Motors.
A desproporção entre a procura e a oferta gerou frustração, revolta e sentimento de humilhação entre muitos dos presentes, que esperavam uma oportunidade concreta de inserção no mercado de trabalho: “Fomos humilhados. Não se admite esse tipo de feira de emprego no país. Isso mostra o desprezo pelas dificuldades da juventude”, desabafou Armindo João, um dos candidatos presentes.
Armindo denuncia que, face à escassez de oportunidades, muitos jovens têm recorrido a trabalhos precários e exaustivos apenas para garantir a sobrevivência. Para ele, o Governo é o principal responsável pelo cenário de desemprego juvenil no país: “Não há políticas eficazes nem criação de condições reais para a inserção da juventude no mercado de trabalho”, criticou.
Outro testemunho, de Madalena Augusto, destaca os problemas de organização do evento. Segundo ela, centenas de jovens não conseguiram sequer entregar os seus currículos devido à enorme aglomeração e falta de controlo à entrada: “Com tanta gente a tentar entrar ao mesmo tempo, houve empurrões, confusão e até desmaios. Muitos acabaram mal, outros perderam os documentos na confusão”, relatou.
Madalena apelou ao Governo para que preste mais atenção à juventude angolana, criando condições reais de emprego e combatendo o crescente índice de desemprego no país.
A Feira de Emprego, apesar da intenção positiva, acabou por expor de forma crua o drama do desemprego juvenil em Angola — um problema estrutural que exige respostas urgentes e estruturadas por parte das autoridades.
Tavares Gabriel
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