Em janeiro de 1999, o Parlamento angolano havia aprovado a Resolução 3/99, que classificava Savimbi como "criminoso de guerra e terrorista internacional", mas sem efeito prático.
Em agosto de 2001, o Brigadeiro Oséias Kaluassi, responsável pela BATE (unidade de explosivos das FALA), planeou deixar Luanda às escuras, atacando uma subestação de energia em Viana. O propósito seria desanuviar a pressão sobre Savimbi no leste e mostrar que a guerrilha operava às portas de Luanda. Para a logística dos seus homens, o Brigadeiro programou descarrilar um comboio que levava semanalmente alimentos e material de guerra para o Dondo. O Conselho de Segurança (CS) da ONU e o então Presidente da União Europeia condenaram o ataque por ter feito vítimas civis.
Um mês depois do ataque ao comboio, e aproveitando a sensibilidade global em relação ao terrorismo (o ataque de 11 de setembro ocorrido um mês após o ataque ao comboio), o governo de Angola reforçou a tese de que a UNITA e Savimbi deveriam ser classificados como terroristas. Numa mensagem aos comandantes das FALA, o General Kamorteiro informou que a direção do partido assume o ataque e que o MPLA está a explorar o episódio. No dia 6 de setembro, Savimbi enviou uma mensagem ao SG do partido, Lukamba Gato, que se encontrava ao sul de Malanje, dizendo que "o exterior está irracional. Quando não se ataca, é porque estamos fracos. Quando se ataca, é porque morrem civis. O comboio do Zenza do Itombe era misto; mas num país em guerra, as vias de comunicação não são alvos militares?"
Entretanto, no dia 20 de setembro, o CS da ONU classificou o ataque ao comboio como um "ato terrorista contra a população civil". Luanda queria mais, enviando uma delegação a Nova Iorque chefiada por João Miranda para influenciar que a UNITA e Savimbi fossem classificados como "terrorista". A movimentação não teve sucesso. O foco da ONU era o cessar das hostilidades e levar a UNITA a participar no processo de negociações. Classificar Savimbi como terrorista exigiria provar o seu envolvimento direto no ataque e outros requisitos que ele não reunia. A colagem de Savimbi ao terrorismo foi apenas ao nível do parlamento angolano e não pela ONU, pois a sua luta e o seu grupo não reuniam os requisitos para serem considerados terroristas.
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